A volta ao ninho antigo da rua Caçador também foi o retorno para os sempre desgastantes cálculos de final de mês. Os números do que estavam em conta corrente nunca eram iguais aos dos gastos. Deveria mais uma vez olhar em volta para um turno adicional. Os planos indicavam para uma investida radiofônica, mesmo que pisaria numa área onde estava clara a senha de "vender para ter espaço".

A proposta foi entregue para o sempre atencioso Luiz Gonzaga Agra, investido na condição de coordenador da rádio Difusora AM 1480. A ideia seria um programa semanal de uma hora e meia nas noite de quintas-feiras, iniciando logo depois da Voz do Brasil. Distribui entrevistas rápidas, sempre com os entrevistados se dispondo a ir no estúdio, já na avenida Procópio Gomes, mesmo que a conversa não passaria de dez minutos.

Gonzaga acreditou na proposta, abriu espaço para mostrar meu desempenho e ficaria por minha conta e risco a busca dos apoiadores, que em quase dois anos ficaram em apenas dois - Colégio Nova Joinville e Baumer Motos. O programa estava sem nome até que Gonzaga deu a sugestão - A Cidade no Esporte.

E também por convite de Gonzaga, fiz parte da equipe de esportes da Difusora entre os anos de 2000 e 2001, mas sempre como colaborador. E foi aí que ele me presenteou com o codinome de "o comentarista que você pode confiar". Tudo andava em perfeita harmonia até que fiquei no estaleiro por mais de 20 dias com fortes dores no nervo ciático.

PLANTÃO DESPROTEGIDO

Em 1994, depois de encerrar o ciclo do basquete da Akros, estava mais uma vez entre quatro paredes de um estúdio. Aceitei o convite do colega Leonel França para ser o plantão esportivo da FM 103. O JEC estava em baixa e - a primeira emissora de Joinville que transmitiu jogos de futebol - precisou pegar a estrada para acompanhar o Criciúma na Série A do brasileiro.

As intervenções no estúdio foram as mais engraçadas. Isso para não dizer que representaram momentos dramáticos. E tudo pela falta de comunicação para saber os resultados de jogos que ocorriam simultaneamente aos da transmissão da 103. Como um plantão poderia passar os outros resultados sem ter contato externo? Sócio de Leonel nesta empreitada, Augusto Medeiros ficava em casa ouvindo outras emissoras e, por telefone, me informava. No estádio, o narrador Orley Maltauro fazia a solene chamada do plantão: "Vem de lá, Roberto, garoto esperto, traga o resultado certo!"

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Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de "Glória´s do Menino Jornalista", uma coletânea de textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem vindos. Aguardo seu contato para prestar mais detalhes através do e-mail: rdbjoinville@gmail.com